06 Fev 2023 | 3 minutos • Desenvolvimento pessoal
Lidando com mudanças - Não linear
A importância do contexto
Ingrid Machado
Engenheira de computação, especialista em engenharia de software. Autora deste querido blog.
Continuando a série sobre como lidar com mudanças no cenário do mundo BANI, hoje eu falo sobre o mundo não linear. Caso não tenha visto os posts anteriores, recomendo que os leia antes de seguir nesse:
Segundo o criador do conceito do BANI, o mundo não linear pode ser contornado através de contexto e flexibilidade. Nesse post, pretendo falar desses dois pontos que, para mim também, são as principais formas de lidar com o ambiente de mudanças constantes.
Contexto
Em uma busca rápida do Google, temos a seguinte definição de contexto:
Inter-relação de circunstâncias que acompanham um fato ou uma situação.
Já passei por mudanças diversas vezes, de várias formas diferentes. E as que mais me afetaram sempre foram as mudanças sem contexto explícito. Ou seja, sem o entendimento das circunstâncias envolvidas. Se você é um agente de mudança e não está disposto a aplicar algo estruturado para apoiá-la, saiba que passar o contexto pode fazer a diferença no aceite da mesma.
Dentro da Gestão de Mudanças 3.0, existe o ADKAR. Ele é um modelo que mostra as 5 dimensões que devem ser consideradas no processo de gestão de mudança: consciência, desejo, conhecimento, habilidade e incentivo). O post dedicado a ele mostra de forma um pouco mais detalhada cada uma dessas dimensões. Mas é comum à todas elas o envolvimento das pessoas.
Mesmo quando nos dizemos abertos às mudanças e flexíveis, é difícil aceitar aquilo que não compreendemos. Por isso, ter um processo que apoie na visibilidade de um contexto é importante. Se o seu caso é o de alguém que está recebendo a notícia da mudança, você também pode se beneficiar do contexto. A única diferença é que, nesse cenário, você deve buscá-lo caso ele não esteja explícito.
Questione, estude sobre e entenda realmente o que está mudando, para que você consiga ficar em paz com a mudança. Já dei a sugestão de fazer uma lista de prós e contras para tomada de decisão, mas o requisito mínimo para que essa lista seja útil é um contexto minimamente definido.
Flexibilidade
Mudanças podem ser vistas por vários ângulos. Talvez algo que era bom pode acabar mudando de uma forma que não nos agrada, nos tirando da zona de conforto. Mas também é possível que algo bom fique ainda melhor. Ou até mesmo que algo ruim seja resolvido com uma mudança. Por isso, tente ser mais flexível e analisar a mudança de vários pontos de vista para tirar as suas próprias conclusões.
Dentro da flexibilidade, eu também incluo o tópico de inteligência emocional. O nosso quociente de inteligência emocional é a nossa capacidade de reconhecer e entender as emoções em nós mesmos e nos outros e, a partir delas, gerenciar os nossos comportamentos e relacionamentos.
Dentro da competência pessoal da inteligência emocional, existem duas habilidades:
- Autoconsciência: capacidade de notar as nossas próprias próprias emoções e quando elas surgem e saber como reagimos em diferentes situações
- Autogestão: capacidade de usar a autoconsciência para mudar o nosso comportamento de acordo com a situação
E isso entra na flexibilidade a partir do momento em que trabalhamos o nosso autoconhecimento para saber lidar melhor com as situações que precisamos enfrentar. Ou seja, quando usamos a nossa autoconsciência.
Uma das formas que os estudos de inteligência emocional sugere para trabalhar a autogestão é aceitar que mudanças são inevitáveis. A partir dessa aceitação, podemos trabalhar para aumentar o nosso autoconhecimento e, dessa forma, sermos mais flexíveis.
A cada situação que você reagir ou sentir de forma negativa, tente identificar os seus sentimentos e quais foram os motivos que os causaram. Caso você consiga fazer esse exercício, talvez chegue à raiz do problema, que pode ser resolvida, muitas vezes, através do esclarecimento do contexto.
A intenção de passar a necessidade de contexto claro e o exercício da flexibilidade não é falar que precisamos aceitar tudo o que nos é apresentado. Mas entender como nos sentimos porque algo nos incomoda ou se até mesmo entendemos uma mudança é importante para não sermos tão impactados por ela.
Também é importante para entendermos qual é o próximo passo: aceitar, questionar, se posicionar contra ou apoiar? Passar por esses momentos de forma consciente é o melhor conselho que eu posso dar.
Até a próxima!
Referências
- Facing the Age of Chaos
- Inteligência emocional 2.0: você sabe usar a sua? - Travis Bradberry e Jean Greaves
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