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01 Abr 2024 | 10 minutos • Desenvolvimento pessoal

Porque escrevo

Porque cultivei e mantenho esse hábito

Ingrid Machado

Ingrid Machado

Engenheira de computação, especialista em engenharia de software. Autora deste querido blog.

Image de capa do post Porque escrevo
Foto de Luke Lung, via Unsplash

Participei de um desafio para escrever 1000 palavras por dia, durante 6 dias. E para não ficar com um bloqueio logo no início, decidi que iria definir os temas antecipadamente. Assim, poderia aproveitar o que iria escrever para o blog e compartilhar o resultado completo do desafio depois.

Pensando no que escrever, a primeira coisa que veio na minha cabeça e que poderia ser um bom tema para escrever bastante é o porque escrevo. Tenho três projetos (o blog, a newsletter e o clube do livro) e todos envolvem escrever bastante. Passo o dia trabalhando e, mesmo assim, dedico algumas horas do meu dia para escrever. Então algum motivo tem que ter para que eu não decida apenas ficar no sofá vendo TV ou até mesmo sair de casa para fazer alguma coisa supostamente mais interessante.

Neste post, quero elencar o que me leva a escrever e, quem sabe, entender os motivos que nem eu mesma sei explicar às vezes.

Essas são as razões pelas quais escrevo:

É uma atividade que me desafia intelectualmente

Eu não sou uma escritora com formação. Sou apenas alguém que decidiu ter um blog e desde então escreve regulamente. Acredito que isso me encaixe na categoria de escritora, mas acho que é importante deixar isso claro. Principalmente se você é formado em letras, sabe muita gramática ou trabalha com revisão de textos.

Acredito que algumas pessoas devem sofrer lendo o meu texto. Porque uso a vírgula como bem entendo, transformo frases simples em maiores para passar exatamente o que eu quero e sigo as dicas que passam sobre como escrever para a internet.

Eu também sei que não deve ser tão prazeroso ler um texto assim, mesmo que você ache o assunto interessante. Por isso, assino o LanguageTool e sigo influenciadores de escrita no LinkedIn. Eu tento não me cobrar tanto porque o objetivo principal é compartilhar conhecimento, mas acho que vale a pena estudar para que esse compartilhamento seja o melhor possível.

Digo que escrever me desafia intelectualmente porque a escrita é uma área que há anos eu não estudava. O meu trabalho é como gestora de tecnologia, então não é uma exigência ser perfeita na comunicação escrita. A preocupação maior está em ser compreendida.

Eu estou gostando de ler sobre regras gramaticais, uso correto das palavras, estrutura textual e vários outros conceitos que envolvem o ato de escrever. E acredito que estudar algo que não é diretamente relacionado com a minha área de atuação tem me permitido usar outras partes do cérebro que eu acredito que estavam atrofiando depois de tanto tempo sem usar com frequência.

É um momento em que me sinto produtiva

Eu estou sempre lutando para ficar fora das redes sociais e ter atividades diferentes quando estou fora do horário de trabalho. E escrever é uma das formas que encontrei para preencher esse tempo. Nem todo ele precisa ser produtivo, mas é interessante ter algo que produzo para mim e não para os outros.

Eu passo grande parte do meu dia dedicada ao produto, ao time e a qualquer outra coisa que fui contratada para fazer. E senti que, durante muito tempo, não era uma pessoa produtiva antes ou depois do horário de trabalho. Não que isso seja um grande problema, porque sei que é importante se distrair e descansar. Mas o sentimento que tomou conta é que eu não estava fazendo nada por mim.

Eu estudava e nem sempre absorvia o conhecimento. Então comecei a registrar esses estudos. E fez muito sentindo, porque no trabalho eu sempre registro o que as pessoas que trabalham no meu time precisam saber. Mas eu deixava de lado os meus registros, o que eu não gostaria de esquecer.

Mudar essa visão dentro e fora do trabalho foi uma mudança que me trouxe mais realização. Pode parecer algo pequeno, mas escrever algo para mim mesma e consultar o que foi escrito depois me dá uma sensação muito boa de produtividade.

E se você está pensando que dedico muito tempo aos projetos, hoje considero que tenho uma rotina bem tranquila. Faço 1 hora de foco nas segundas, quartas e sextas de manhã. Ou seja, 3 horas de escrita por semana. Assim, sobra bastante tempo para descansar no restante das minhas horas livres.

É uma forma de colocar em palavras o que estou sentindo

Além de escrever para os meus projetos e para o meu trabalho, também faço a escrita terapêutica. Ela foi recomendada pela minha psicóloga e me ajuda bastante a me compreender.

É engraçado que, às vezes, eu acho que estou muito afetada por algo. E quando estou escrevendo, percebo que o que está me incomodando pode nem estar relacionado com o motivo que cravei como o verdadeiro.

Gosto de escrever antes de dormir sobre o meu dia. Assim, mesmo quando nada de emocionante acontece, eu consigo ter um termômetro de como estou me sentindo. Fico atenta ao que aparece no fim do dia para escrever porque também são nesses momentos que entendo que algo pequeno me incomodou e eu tenho que pensar melhor sobre.

Eu acabei incluindo na escrita terapêutica o exercício de listar as 5 coisas pelas quais sou grata no dia. No início é um pouco difícil. Mas, depois de um tempo, eu fico até em dúvida sobre quais coisas eu devo selecionar. Tenho uma ótima vida e acredito que, como a maioria das pessoas, esqueço o quanto sou privilegiada. É um ótimo exercício para se lembrar de ser grato pelo que se tem.

É a melhor forma de registrar os meus aprendizados

Já comentei sobre isso, mas acredito que é sempre importante reforçar. Nós sempre estamos aprendendo várias coisas, mesmo quando não estamos estudando ativamente. Por isso, é importante registrar novas informações que podem ser úteis no futuro.

Eu estou em uma fase em que estou estudando bastante no Coursera e sigo lendo vários livros de não ficção. Para fixar o que aprendi, tenho o costume de fazer várias anotações durante o estudo e a leitura para retornar no futuro e ler apenas o que considerei importante. Essa é uma técnica de repetição espaçada que ajuda e muito a guardar o que aprendemos, porque reforça a informação aos poucos. Assim, ela fica muito mais fixada do que absorver várias informações ao mesmo tempo, apenas uma única vez.

É como diminuo a minha carga cognitiva

Uma das coisas que mais me ajuda com a escrita é que eu consigo registrar o que fico pensando. Se tenho que me lembrar de algo, escrevo. Se preciso fazer alguma atividade, escrevo. Se quero contar alguma coisa para alguém, escrevo.

Dessa forma, eu não fico com a responsabilidade de ficar relembrando o tempo todo de informações que eu não posso esquecer. Além de ser cansativo, não é nada efetivo tentar se manter como registro de tantas informações importantes. Tendo um sistema de registro de informações facilmente acessível, podemos deixar a nossa mente livre para descansar e criar. A carga de lembrar de algo vai ser apenas a de lembrar de consultar o seu registro.

Essa também é uma dica muito útil para quando estamos com algo na cabeça que não nos deixa dormir à noite. Se tem alguma coisa que você precisa fazer ou resolver no dia seguinte que é importante para você, faça o registro e deixe que o seu cérebro se preocupe apenas em dormir tranquilo. Isso funciona muito para mim. Não é que a preocupação deixa de existir, é só que eu não preciso mais ficar pensando a respeito para que seja visto no dia seguinte.

Nesses casos, costumo escrever num post-it e colar no centro do meu monitor. Essa é uma das primeiras coisas que vejo no dia depois que acordo, então sei que não vou deixar o registro passar batido.

É a forma que melhor me comunico

De todas as formas que poderia ter escolhido a minha presença online, a escrita é a que mais tenho afinidade. Já me perguntaram porque não tenho um Instagram, TikTok ou até mesmo canal no YouTube para compartilhar conhecimento para mais pessoas em outras plataformas. A verdade é que eu nunca nem considerei expandir qualquer um dos meus projetos para o formato de vídeo. Além de achar bem mais trabalhoso para entregar um material de qualidade, estar em frente às câmeras não é algo que me agrada muito.

Depois que todos iniciaram no trabalho remoto e todas as reuniões passaram a ser online, precisei lidar com a vergonha, porque várias reuniões passaram a ser gravadas. Seja porque alguém não pode ir ou porque o que seria passado precisaria ser registrado para fins de documentação. Eu já superei (em partes) esse meu problema com reuniões gravadas, mas sinto que não fico muito natural falando quando essas situações acontecem.

Particularmente, não gosto da minha voz, então esse já seria o primeiro empecilho. Também não tenho equipamento bom o suficiente para criar materiais em áudio ou vídeo, então também precisaria de investimento. Como praticamente tudo o que eu faço é disponibilizado de forma gratuita e eu já tenho gastos consideráveis, acredito que não faz sentido iniciar uma jornada em formatos desconhecidos e que não me considero preparada.

É a forma que menos tenho vergonha de me expor

Junto dos motivos citados no tópico anterior, a vergonha também é um ponto muito forte. Escrevendo, sinto que tenho um certo tipo de proteção. Não sei explicar muito bem, mas parece mais natural.

Com o passar do tempo, sinto que vou compartilhando cada vez mais sobre mim, minha vida pessoal e a minha opinião sobre certos temas. Mas isso só acontece porque é fácil se acostumar a escrever. E eu acredito que já encontrei o meu estilo e consigo expressar corretamente o que penso.

Além disso, tenho uma comunidade pequena, que me acompanha com muito respeito. Não sei se outros formatos me impediriam de ter isso, mas já sei que escrevendo eu consigo manter uma comunicação tranquila e direta com as pessoas que consomem os meus projetos. Sem isso, não sei se seria capaz de compartilhar o tanto que compartilho hoje em dia.

É o que me afasta dos problemas do dia a dia

Como falei no início do texto, não quero ficar imersa o tempo todo nas redes sociais. Escrever virou uma válvula de escape bem mais saudável e me permite parar de pensar a respeito de preocupações futuras.

Assim como ler, escrever me permite ficar totalmente absorvida na atividade, focada no que estou fazendo. Eu tenho até mesmo evitado escrever se não estou em um ambiente tranquilo, porque o propósito do momento se perde.

Não estou dizendo que o ideal é fugir dos problemas do dia a dia. Mas todas as pessoas precisam de um descanso. Se escrever é a forma que você consegue desacelerar, não tem porque deixar de escrever com esse propósito quando necessário.


Se você tem dúvidas se escrever é uma atividade que pode te ajudar, espero que esse meu post te ajude. Mesmo não sendo da área e usando a escrita de diversas formas, consigo encontrar vantagens todas as vezes que me dedico a ela.

Se você pensa em muitas coisas e sente que não consegue organizar esses pensamentos, também acredito que vale a pena dar uma chance. Não precisa publicar o que escreve e nem compartilhar com ninguém. Ter um diário ou apenas um bloco de notas para registrar o dia a dia, novas ideias e aprendizados é o suficiente para começar a sentir o benefício da prática.

Como já mencionei, não sou da área, mas apenas alguém que gosta de compartilhar o que funciona para mim. Espero que funcione para você também.

Até a próxima!

O link do post foi copiado com sucesso!

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