23 Out 2023 | 5 minutos • Desenvolvimento pessoal
Autoliderança - Responsabilidade
Sendo responsável pelas próprias ações

Ingrid Machado
Engenheira de computação, especialista em engenharia de software. Autora deste querido blog.

O post de hoje encerra a série sobre autoliderança. E encerro falando sobre responsabilidade e a sua importância e impacto nas outras habilidades.
Este é o sétimo e último post da série sobre autoliderança. A lista completa de posts pode ser encontrada aqui.
E a última habilidade da autoliderança é a responsabilidade. Que é a capacidade de se responsabilizar pelas próprias ações e ser capaz de justificar as suas próprias ações e decisões.
As 4 tendências
Existe uma classificação, descrita no livro “The Four Tendencies”, chamada de “4 tendências” que identifica os padrões em que as pessoas se encaixam. E esses padrões são divididos de acordo com a nossa resposta às expectativas externas e internas.
As expectativas externas são aquelas em que definimos objetivos com as outras pessoas, como prazos no trabalho ou ajudar um amigo. E as expectativas internas se referem aos objetivos que firmamos com nós mesmos, como cumprir as nossas promessas de ano novo, por exemplo.
As 4 tendências são classificadas da seguinte forma:
- Obediente: atendem às expectativas externas, mas possuem uma dificuldade para atender às expectativas internas. São pessoas que nunca deixam de ajudar os outros, mas lutam para ajudar a si mesmos. Se esse for o seu caso, pode ser útil fazer reuniões para concluir atividades, buscar parceiros de estudos e verificar o progresso de forma constante.
- Rebelde: possuem dificuldade para atender tanto às expectativas externas quanto internas. São pessoas que fazem as coisas à sua maneira e tomam decisões de acordo com a percepção que têm de si mesmas. Se esse for o seu caso, foque na sensação de liberdade das suas escolhas, entendendo as oportunidades de aprendizado antes e decidindo quando sentir que é o certo depois.
- Questionador: atendem às expectativas internas, mas possuem uma dificuldade para atender às expectativas externas. Só fazem algo que faz sentido para eles e precisam ter cuidado pela paralisia gerada pela análise excessiva. Se esse for o seu caso, defina objetivos com a clareza do porquê eles são importantes para você e para as outras pessoas.
- Sustentador: atendem tanto às expectativas externas quanto internas. São pessoas que cumprem prazos e possuem uma ansiedade para saber o que as outras pessoas esperam delas e esperam muito de si mesmos também. Se esse for o seu caso, criar blocos de tempo no calendário pode ser útil, principalmente para colaborar com outras pessoas.
Saber qual é a sua tendência pode ser útil para entender como você se vê perante as responsabilidades e qual é a impressão que você passa para as outras pessoas. Conseguir atender às expectativas é uma forma de demonstrar responsabilidade através de ações, ao invés de intenções.
Para saber em qual tendência você se encaixa, esse teste indica qual é o seu perfil. Ele é em inglês e pede o seu email ao final para liberar o resultado.
Efeito Zeigarnik
O Efeito Zeigarnik descreve que as pessoas tendem a lembrar mais de tarefas não terminadas do que aquelas que foram concluídas. É por isso que nós esquecemos de todo progresso que fizemos e todas as tarefas que concluímos e acabamos focando no sentimento de culpa pelas tarefas não concluídas.
Ao saber desse efeito e tirar vantagem dele, podemos trabalhar para nos tornarmos mais produtivos ao mesmo tempo em que aproveitamos melhor os momentos de descanso. Uma dica útil é criar uma lista de tarefas contendo todas as tarefas não finalizadas. Isso ajuda a tirar a carga cognitiva do nosso cérebro, permitindo que se relaxe sabendo que não vamos esquecer de nenhuma tarefa pendente.
Outra boa dica é o Método Hemingway (ou interrupção útil), que é interromper o trabalho sabendo o próximo passo e assim conseguir voltar rapidamente à atividade no dia seguinte. Isso acontece porque você sabe exatamente o ponto em que parou e o que precisa fazer a seguir. E pode até ficar pensando durante o dia no que precisa fazer no dia seguinte, voltando para a tarefa bem motivado. Essa também é uma boa forma de aproveitar o Efeito Zeigarnik para voltar ao modo de trabalho rapidamente.
Credibilidade
Citando novamente o livro “A velocidade da confiança”, gostaria de reforçar que, além de sermos responsáveis, também é interessante demonstrar para as outras pessoas que somos confiáveis. E nós estabelecemos essa confiança primeiro trabalhando a autoconfiança e depois expandimos para a confiança nos relacionamentos.
A autoconfiança é a confiança que temos em nós mesmos e a capacidade de inspirar confiança em outras pessoas. Para isso, nós temos que ter credibilidade. E a credibilidade depende da sua integridade, sua intenção, suas capacitações e seus resultados. Não é um trabalho fácil, mas vale a pena desenvolver cada uma dessas dimensões.
E a confiança nos relacionamentos é a capacidade de estabelecer e aumentar as “contas de confiança” que mantemos com outras pessoas. Ou seja, conforme o tempo no relacionamento vai passando, nós podemos ir aumentando ou diminuindo a confiança. Se temos um comportamento consistente, então não temos muitas oscilações drásticas nas nossas “contas de confiança” e conseguimos manter ela crescendo ao longo do tempo.
Sabendo de todas as habilidades da autoliderança, fica mais fácil dar o primeiro passo para trabalhar em direção ao autodesenvolvimento. Inicialmente, avalie qual é o seu nível em cada habilidade. Em qual delas você é iniciante? E qual delas você já domina? Após essa avaliação, priorize as habilidades em que você é iniciante para trabalhar, sem esquecer que as outras ainda podem ser lapidadas.
Ter um mindset de crescimento também é um ótimo primeiro passo para trabalhar na sua autoliderança. O pensamento de que podemos aprender e fazer qualquer coisa é muito motivador. E também é muito verdadeiro. O que nos limita, geralmente, é somente nós mesmos.
Guia de autoliderança
Eu criei um documento no Coda para apoiar na organização de quem quer trabalhar a autoliderança.
Ele possui um resumo sobre autoliderança para quem não conhece o termo e uma autoavaliação para ajudar a entender qual habilidade precisa ser priorizada. Também incluí instruções e ferramentas para apoiar na evolução de cada habilidade.
Estruturei esse documento pensando em quem deseja fazer mudanças graduais e pretende se organizar de alguma forma para conseguir fazer essas mudanças da forma mais efetiva possível. Por mais que pareça ser um material extenso, ele é o mais direto ao ponto possível e reúne praticamente todas as ferramentas que mencionei nessa série de posts.
Caso queira trabalhar a autoliderança e não necessariamente usar o Coda, o documento pode ser consultado como um guia.
Conhece outras dicas e estratégias? Fique à vontade para comentar no post e complementar o conteúdo. Também ficarei muito feliz em saber que esses itens foram úteis, por mais que seja apenas uma apresentação inicial da autoliderança.
Até a próxima!
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