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19 Dez 2022 | 5 minutos • Liderança e gestão

Sobre gestão - Liderança

Definição e estilos

Ingrid Machado

Ingrid Machado

Engenheira de computação, especialista em engenharia de software. Autora deste querido blog.

Image de capa do post Sobre gestão - Liderança
Foto de Gaurav Kumar, via Unsplash

Seguindo na linha dos papéis e responsabilidades do gestor, a liderança muitas vezes é confundida com o papel de gestão. Mas, como vou explicar no post, qualquer um pode ser líder. E se você for um gestor e também uma liderança dentro do time, o seu trabalho vai ser feito de forma muito mais tranquila.

Gestão versus liderança

Para ser um líder não é preciso ser um gestor. Para aprofundar a análise, vamos ver a definição de liderança:

Liderança é considerada a habilidade de motivar, influenciar, inspirar e comandar um grupo de pessoas a fim de atingir objetivos.

Pensando em um time de desenvolvimento, podemos considerar que um líder técnico é uma liderança. Geralmente, é uma pessoa com a atuação muito forte dentro do time e que guia o desenvolvimento. Ou seja, é um papel com a responsabilidade de influenciar os desenvolvedores. E não se engane pelo nome. Ter “líder” no nome do papel não é garantia de nada.

E não precisamos nos limitar ao cargo. Qualquer pessoa dentro do time pode ser uma liderança. Quem consegue motivar as pessoas, seja trazendo questionamentos, apoiando nas dúvidas ou fazendo um bom trabalho, está sendo uma inspiração dentro do time.

Mas é estranho para mim uma gestão que não tem liderança. Pensando novamente nas atribuições de um gestor, entendo que desenvolver as pessoas também inclui motivar, influenciar e inspirar. Por isso, aconselho que quem atua com gestão também deve trabalhar as suas habilidades de liderança para conseguir fazer um trabalho mais completo.

O gestor deve pensar em pessoas primeiro. E se manter disponível com a habilidade de liderar é um grande diferencial nesse ponto. Deveria ser o normal, mas falo isso pensando nas situações em que a falta de uma gestão próxima não me permitiu entender as oportunidades disponíveis.

Porque liderar e não chefiar

Quando lideramos, motivamos as pessoas e as habilitamos para que façam o seu melhor trabalho. Liderar envolve conhecer o time e ter pessoas que te acompanham porque acreditam no seu formato de trabalho. Ser um chefe é diferente, porque estamos apenas atribuindo atividades e cobrando prazos, de forma bem resumida. Por mais que chefiar pareça dar mais resultados no curto prazo, a liderança é bem mais efetiva no longo prazo.

Já trabalhei em times respondendo para os dois tipos de gerente e posso garantir que a experiência é muito melhor quando estamos sendo liderados e não comandados. Mesmo quando o trabalho é mais desafiador. O meu sentimento é que quando somos liderados, nos motivamos a fazer muito mais do que é esperado e, mesmo assim, não parece ser um fardo. Trabalhamos porque queremos ajudar ao time, não porque somos obrigados a fazer algo.

Se você também já experimentou esses dois estilos, deve saber do que eu estou falando. Recomendo que pense nisso no momento que for responsável por um time. Atuar da mesma forma que pessoas que nos inspiraram atuaram conosco é uma boa forma de iniciar o trabalho acertando.

Estilos de liderança

Dentre as referências, encontrei mais de uma forma de classificar os estilos de liderança. Mas vou me ater a uma classificação de 4 tipos que considera o nível de controle e o nível de necessidade de envolvimento do líder.

Eixos dos estilos de liderança, onde cada estilo é classificado de acordo com o nível de controle e o nível de envolvimento

Editor

Caracterizado por ter um baixo nível de controle e uma baixa necessidade de envolvimento. O líder editor sabe como extrair o máximo potencial das pessoas e as inspira para que elas façam o seu melhor. É confiante o suficiente para se fazer influente sem estar presente e é preocupado com o panorama geral.

Pontos fortes: líder inspirador e que engaja as pessoas

Pontos fracos: não é tão envolvido nas atividades do dia a dia

Arquiteto

O líder arquiteto possui um alto nível de controle e uma baixa necessidade de envolvimento. Também é distante do dia a dia, focando nos direcionamentos estratégicos. Ao mesmo tempo que oferece autonomia, tende a ser mais distante do time.

Pontos fortes: forte visão estratégica e delegação de tarefas

Pontos fracos: pode não compreender bem os detalhes das operações

Perfil com alto nível de controle e um alto nível de envolvimento. Ao contrário dos perfis anteriores, é altamente envolvido nas atividades do dia a dia. Tem uma tendência em acreditar que uma tarefa só vai ser feita da forma correta caso seja feita por ele mesmo. Isso tira a autonomia e pode dificultar que o time traga soluções diferenciadas.

Pontos fortes: garante que as tarefas são concluídas

Pontos fracos: possui dificuldade em delegar

Designer

O último perfil é caracterizado por ter uma baixa necessidade de controle e uma alta necessidade de envolvimento. Neste grupo, estão os líderes mais criativos e que gostam de colocar a mão na massa. A tendência é que não exerçam comando e controle, mas sim que habilitem uma cultura colaborativa no time.

Pontos fortes: time sente que trabalha com muita autonomia

Pontos fracos: menos foco na estratégia

Qual é o melhor estilo?

Não existe uma resposta certa para essa pergunta. Elenquei, de forma resumida, os pontos fortes e os pontos fracos de cada estilo para demonstrar que nenhum deles é perfeito. O que você pode fazer é identificar o seu estilo e tentar melhorar os pontos fracos. Mesmo assim, após o seu modo de liderança mudar, você deve seguir evoluindo para lidar com os novos desafios envolvidos no novo estilo.

Como se tornar um líder ou um líder melhor

Eu acredito muito no quanto podemos evoluir como líderes conforme focamos nas pessoas. Direcionar os meus estudos para entender como lidar melhor com os diferentes tipos de pessoas, entender o meu estilo de liderança e melhorar as minhas habilidades de comunicação tem sido um divisor de águas.

Mas esse meu plano de estudos só nasceu depois que entendi que preciso focar nas pessoas. Descobri o meu estilo fazendo um teste no curso Fundamentals of Leadership, with Goldman Sachs 10,000 Women. E pretendo fazer exatamente o que sugeri: direcionar os estudos para entender melhor o meu perfil e como posso trabalhar os meus pontos fracos.


No próximo post, vou falar sobre a minha atuação em específico no papel de Gerente de Engenharia. Apesar de existirem atribuições gerais da gestão, cada papel vai ser a sua atuação específica e é isso que pretendo explicar.

Até a próxima!

As fontes e referências usadas nessa série de posts estão na página “Sobre gestão - Referências”.

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